terça-feira, 20 de outubro de 2009
Falso retrato.
sábado, 10 de outubro de 2009
"Tem coisa mais terrível do que você descobrir a sua própria solidão? É muito ruim quando você se dá conta de que não adianta casar, não adianta ter filho, não adianta ter pai, não adianta ter irmão, não adianta ter amigo, não adianta ter nada, não adianta escrever, não adianta pintar, não adianta trabalhar, não adianta contemplar, não adianta saber que existe o cosmos, não adianta. Tem uma coisa que é você, que não é o outro, que é você e você não vai poder trocar de lugar com o outro, que tem um lugar lá que é intransponível, que é indizível, que você não pode compartilhar, que você pode ficar conversando, dialogando, tagarelando o dia inteiro com as pessoas, você pode ler tudo, você pode tentar transmitir todas as informações, pode fazer poesia pra morrer e tem um lugar lá que é o lugar que você se dá conta que na hora da sua morte, naquelas horas que você tem plena consciência de que você é um ser que vai morrer, naquela hora, você é só você."
(Márcia Tiburi)quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Se eu fosse eu, viveria de sonho e de música e de livros. Não perderia um nascer da lua. Saberia todos de cor. Tomaria banho de chuva, tiraria o relógio do pulso, escreveria mais e melhor. Se eu fosse eu, teria todos os cds das bandas que sou fã, todos os livros de Clarice e muito mais anéis. Se eu fosse eu, me exaltaria menos nas discussões - porque na maioria das vezes não me faltam argumentos, mas calma pra dizer todos eles. Se eu fosse eu, não teria medo de dizer o que sinto, de demonstrar que gosto, de dizer que me importo, de dizer da falta de tudo, que sinto saudade. Se eu fosse eu, abraçaria mais, demonstraria mais. Se eu fosse eu, diria das minhas chateações e satisfações, não guardaria tanto. Se eu fosse eu, sentaria pra conversar tudo o que há de mal resolvido dentro de mim.
Se eu fosse eu, perderia o medo de falar em público.
Perderia o medo de de falar.
Perderia o medo.