sábado, 4 de julho de 2009

Da vida ideal que deveríamos ter

(ou "quero entender e não acomodar com o que incomoda".)

Ao observar as pessoas na rua, de um lado para o outro sempre correndo no dia-a-dia, ao parar pra perceber suas atividades, trabalhos, vontades e sonhos, podemos notar a discordância disso tudo: da vida que acontece arduamente e da que acontece na nossa imaginação.
Tenho a convicção de que cada ser humano tem suas aspirações e sonhos, ainda que não pare pra pensar nisso conscientemente. E caso não tenha, ao meu ver, é porque não foi apresentada àquilo que faria diferença significativa.
Há tanta gente incrível no mundo. Com habilidades, sonhos, idéias, pensamentos, charmes, olhares, sorrisos, mãos, inteligências diferentes e encantadoras. Há pessoas que desenvolvem trabalhos e têm atitudes surpreendentes e mesmo não (re)conhecidas estão lá, tentando.
Ouvimos desde crianças que quando fazemos o que gostamos, fazemos melhor o nosso trabalho e somos mais felizes. Com o tempo isso tudo vira um imenso clichê e nos esquecemos do real significado desse pensamento. Esquecemos do que nos alivia, do que nos emociona e arrepia, do que é importante para que vivamos melhor.
Se temos condição de buscar o que queremos e gostamos, vamos assim que dá vontade. Mas infinitos motivos nos afastam e é preciso não amnesiar com ilusões do cotidiano e do senso comum para não desistir. Não acomodar é muito mais difícil do que parece.
Da vida ideal que merecíamos, deveríamos desde crianças ser expostos ao máximo de lugares, conhecimentos, línguas, idéias, artes possíveis, ter acesso a muitas das coisas existentes no mundo para que nossa possibilidade de escolha fosse um pouco maior, para que pudéssemos ter descobertas novas e surpreendentes constantemente.

Da vida ideal que deveria ser a real, a gente deveria poder viver bem do que quisesse.

4 comentários:

Beatriz Vilela disse...

Ai, amiga... Vivem dizendo que a vida ideal é a gente que faz, ou seja, que ela pode muito bem virar realidade. Mas nem sempre é assim. Ou então demora muito e desistimos no meio do caminho. O que fazer, então? No meio disso tudo não existe sequer um "certo" ou "errado" para nos guiar. rs...

beeeijo

Dayane Abreu disse...

Meu medo é que a minha vida se transforme nessas duas. Ou que essas duas deixem de ser uma só. Acho que é o que acontece com os adultos.

Bruno disse...

Quanto tempo!

Gostei! Sabe que eu sou outro bobo otimista e me pego às vezes pensando "caramba, toda essa gente aí tá saindo de casa que nem eu, pra trabalhar, ver os amigos, namorada... correr atrás do sonho. Existe gente boa, afinal"...
E concordo também com a parte de que isso às vezes nos é tirado. Que o mundo nos anula ao invés de ajudar. Pena.

Beijo

Juca disse...

Talvez a verdadeira (e por isso tão difícil) realidade seja dosar um pouco de cada coisa: uma porção da indispensável e medíocre realidade crua e uma outra porção de vontades não tão frustradas assim.


PS: esse sim, me emocionou.